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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

"Nota baixa para todos."



Assim a revista Época de nº 595 (11/10/09) aponta o amadorismo da "quadrilha" acusada de prejudicar 4,1 milhões de candidatos inscrito no novo ENEM, para falar apenas deles. O texto revela como tudo aparentemente se deu e acrescenta a possibilidade de que outros vazamentos tenham ocorrido, incluindo-se, o provável conhecimento antecipado da prova pelo cursinho Positivo.

Então, nota baixa para o governo que apressada e irresponsavelmente continua com a política de "inserir" o Brasil no primeiro mundo por meio de "decretos". Mudanças qualitativas na educação não são feitas a partir dos gabinetes. É preciso que aqueles que estão na ponta de efetivação das políticas educacionais sejam ouvidos. Verticalizar a qualificação da educação é contrariar os próprios princípios democráticos que ela deveria ser promotora. Tal como na reportagem que afirma que o "o jovem no Brasil não é levado a sério", digo eu que por cá, é toda a sociedade que não é levada a sério.

Nota baixa para as universidades que recepcionaram a proposta do MEC e adotaram o novo ENEM como critério de seleção aos seus vestibulares sem nenhuma discussão interna. O imediatismo econômico e o autoritarismo político mais uma vez preponderaram sobre a democracia.

Nota baixa, melhor seria a reprovação direta, para a "ética" às avessas do acusado de ser o responsável pelo vazamento da prova, Felipe Pradella, que afirma tentar ajudar milhões de estudantes e que gostaria de "ter aparecido como o cara que fez uma denúncia que salvou um monte de alunos", mas no entanto, tentou tirar proveitos pessoais e, assim, lucrar financeiramente. Bem se vê seu amadorismo e seu "analfabetismo" em termos de "extorsão" e ética, respectivamente.

Nota baixa à sociedade por se deixar levar pelos diversos discursos autoritários e de autoridade sem maiores manifestações de consciência cidadã e democrática. Para a sociedade é recomendável, fazer recuperação.

Rogério Andrade

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

"Os chefões estão entre nós."


Em título "homônimo" a revista Época de nº 595 (11/10/09) pergunta: "Viramos refúgio de criminosos?"

Em resposta o diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal diz que a prisão dos traficantes internacionais Abadia e Ordoñez aqui no Brasil "(...) mostram que os líderes do tráfico colombiano consideram o Brasil um refúgio atraente."

A revista aponta algumas razões para explicar a preferência dos "colombianos" (no caso em questão, aqueles que traficam drogas) pelas terras tupiniquins:

1. As condições geográficas e de infraestrutura, isto é, nossas fronteiras são muito extensas e são limítrofes com vários países (dez ao todo); em termos de infraestrutura rodoviária, portuária e aeroportuária, bem como, nossa rede de comunicações e de serviços bancários , a revista afirma que temos uma das melhores da América o Sul, mas tudo também usado pelo tráfico de drogas. Tal situação favorece o anonimato por cá, principalmente pela razão de nossas autoridades desconhecerem os traficantes de outros países.

Me pergunto, com uma rede de comunicações considarada tão boa, cadê a eficiência para estabelecer contatos com os serviços policiais dos outros países? Que infraestrutura é esta que não permite identificar, ou quando o faz demora muito, quem a usa para fins ilícitos? Cadê nossas autoridades fiscais e fazendárias para investigar riquezas que surgem da noite para o dia, a torto e a direito?

2 - Uma segunda razão para explicar a preferência pelo Brasil dos traficantes colombianos (talvez não seja uma preferência apenas deles?), está no desenvolvimento de nosso mercado financeito, pois que, "a movimentação de milhões de dólares ou reais chama menos atenção aqui que num país como a Colômbia". A lavanderia e esconderijo do "dinheiro sujo"do tráfico oferecem melhores condições de funcionar aqui do que por lá.

A revista e o texto em comento, destacam a qualidade da investigação financeira que resultou nas prisões dos já citados narco-meliantes.

O que me questiono é será necessário para um eifcaz combate ao narcotráfico, propor a diminuição de nosso gigante esplêndido? Se nossa infraestrutura é tão boa, que tal utilizá-la no combate eficaz ao narcotráfico? Não seria mais fácil estabelecer uma comunicação com as polícias de outros países sobre os traficantes de cada país, visto possuirmos uma rede de comunicações tão boa? O nosso sistema financeiro - (e aí ouso dizer porque não o dos outros países?) - poderia se comprometer com mais rigorosas investigações sobre as fortunas existentes em cada nação, acompanhando o seu desenvolvimento e procurando saber de sua origem, pois até que ponto os grandes investimentos, principalmente os voltados para a especulação financeira, não estão comprometidos com o narco-comércio?

Sem respostas, não as tenho, mas creio que a pergunta pode ser mais importante do que a resposta em muitas situações. Esta talvez seja uma elas. Se o Brasil é um refúgio atraente de criminosos, isto não se dá por nossa geografia exuberante; aposto muito mais na (in)competência política que marca a nossa história!

Rogério Andrade

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Mais uma que acontece no Brasil!


Tudo bem que não é mais novidade, todos já sabem (supõe-se que pelo menos os mais interessados no assunto): o ENEM 2009 foi cancelado! (Nas palavras do Ministro da Educação, foi adiado.)

Então, "nada de novo no reino da Dinamarca!" O ditado não é bem assim, mas a sua versão original também cabe muito bem para a situação. Somos um povo doente e sem remédio? Creio que não, pois atitudes imorais como esta de prejudicar, miseravelmente, 4 milhões de pessoas de modo direto e por uma bagatela de 500 mil reais não traduzem o modo de ser da maioria da população. Mas como gostaria eu (e toda a imensa torcida do Flamengo) de ter esta bagatela em minhas mãos, mas não da maneira espúria noticiada nos jornais!

Mas esta foi uma jogada de carta marcada. Pela própria dimensão e abrangência que adquiriu o ENEM 2009, isto era, de certo modo, previsível. Mas mesmo assim, muito lamentável e reprovável.

No entanto, nem tudo está perdido! Para alguns candidatos esta é uma oportunidade de recuperar o tempo perdido, embora apenas uma pequena parte dele. Para outros, é uma oportunidade de não perder mais tempo. Para outros, talvez eu, será a perda do resto de tempo.

Todos perdem alguma coisa: os candidatos a uma vaga na universidade perdem a esperança e a paciência; os empresários do setor educacional e pré-vestibular perdem dinheiro, mas teem a chance de recuperar pelo menos um pouquinho dele com novas revisões; os professores perdem o tempo, mas também ganham alguma coisa, em especial a certeza (incerteza) de que trabalharam "direitinho"; o Brasil perde a oportunidade de se encontrar moralmente, mas também pode ganhar uma nova oportunidade caso seja esclarecida a situação; mas quem mais perde é a própria população, a sociedade, pois perde a esperança de ver um país mais sério, perde a credibilidade nas instituições sociais, perde o respeito pelos valores éticos e morais e, por fim, se perde em tanta sujeira que é a corrupção.

Como na letra da música: "... nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar." (Acho que é assim, perdi a lembrança da letra.)

Rogério Andrade

PS: A tempo há de se reconhecer a atitude do MEC em imediatamente decidir pelo cancelamento (adiamento) do ENEM 2009, mesmo provocando as perdas referidas e mais ainda, a publicação imediata das avaliações. Não se tentou colocar a sujeira para debaixo do tapete como de costume em nossa Re(s)pública.

Orientações sobre o ENEM 2009

Após cancelamento das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Ministério da Educação (MEC) fez algumas recomendações aos estudantes que realizariam o exame marcado para este fim de semana. Conheça as orientações e tire as sua dúvidas.

Haverá mudanças nas inscrições?
O MEC informou que as mais de 4 milhões de inscrições estão mantidas em todo o País.
Como será feita a nova prova?
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) já tem uma segunda prova pronta.
Qual a data do novo exame?
De acordo com o Inep, a nova data do exame deve ser divulgada nos próximos dias, depois da logística de aplicação ser reorganizada. É provável que a prova seja realizada em novembro.
Haverá alteração na divulgação do resultado?
Em razão do adiamento, a divulgação do resultado final das provas, inicialmente prevista para 8 de janeiro, deve sofrer atraso de um mês.
O início dos semestres letivos será adiado?
Ainda não é possível saber se os semestres letivos nas universidades que adotam o exame também sofrerão atrasos. A definição dos calendários letivos fica a cargo das instituições de ensino superior.
Como ficam os vestibulares que utilizarão nota do Enem?
A nova data do Enem não deve prejudicar os vestibulares. O MEC afirma que a prova ocorrerá a tempo de que os resultados sejam utilizados para os processos seletivos das instituições, pois, de acordo com o ministro Fernando Haddad, há uma folga no cronograma do Enem. É possível, porém, que alguns calendários tenham que ser alterados. Isso só poderá ser confirmado após a definição das datas.
Como fica a situação dos estudantes que iriam fazer a prova em outras cidades?Ainda nãose sabe se os locais de prova serão mantidos. O candidato precisa aguardar a reorganização da logística de aplicação das provas.
O que fazer agora?
O Ministro da Educação, Fernando Haddad, aconselha aos estudantes que aproveitem o adiamento das provas para estudar e fortalecer seus conhecimentos para conseguir um resultado ainda melhor.
Como tirar outras dúvidas?
Os candidatos podem tirar suas dúvidas pelo telefone 0800-616161 ou pelo endereço de e-mail faleconosco@inep.gov.br, disponibilizados pelo ministério.
Fonte:http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/